Estimulados pelo presidente, apoiadores de Bolsonaro voltam às ruas nesse domingo. As manifestações foram em favor do voto impresso, o novo tratamento precoce defendido pelo presidente, agora para “eleições limpas”.
O Bolsonaro apostador de uma pandemia que não mataria mais do que cinco mil, e somente os velhinhos, agora joga tudo contra um sistema de votação respeitado em todo o mundo e cuja reputação até hoje não teve qualquer prova de fraude ou vulnerabilidade.
Besteira. Pra quem é devoto, a falta de elementos sérios e consequentes é só detalhe.
Nem se quer saber, como já registrei aqui, que a proposta tramita no Congresso, onde Bolsonaro tem a maioria fiadora da sua manutenção no Planalto. Mas, a própria base parlamentar nem é cobrada e nem seguirá o presidente nessa nova aventura. E o Centrão não perderá o super-ministério que acabou de ganhar.
Ainda que passasse por Câmara e Senado, a PEC encontraria três barreiras no caminho. O critério da anualidade (um anos antes do pleito) para mudanças na regra eleitoral, o aval constitucional do STF e o alto custo para compra de impressoras fabricadas especialmente para as urnas.
O debate sobre o voto impresso é mais um sofisma bolsonariano para manter o exército de fiéis na rua, e tende a resultar na mesma eficácia da cloroquina para tratamento de Covid-19: nenhuma.