Na falta de um candidato próprio, o bolsonarismo da Paraíba prospectou em Romero Rodrigues (PSD) um candidato para enfrentar a reeleição do governador João Azevêdo (Cidadania), favorito na disputa de 2022.
Na falta de alianças mais substanciais, o ex-prefeito de Campina Grande não renegou. Ninguém, óbvio, rejeita apoios. Nem dos bolsonaristas.
Muito menos um Romero cujo relacionamento pessoal com o presidente Bolsonaro existe muito antes da existência de Wallber Virgolino, Cabo Gilberto e Nilvan Ferreira no jogo eleitoral.
Rodrigues tem porta aberta com Bolsonaro. Isso ficou claro quando prefeito e depois de sair da Prefeitura. As declarações simpáticas do presidente não deixam mentir.
O equívoco do bolsonarismo paraibano é tentar encarnar em Romero o que ele, definitivamente, não é: um radical capaz de combater com o mesmo extremismo o radicalismo de setores da esquerda.
Ledo engano.
Romero é por natureza ameno. Originário do PSDB, saiu por uma questão estratégica. Ninguém nunca ouve da boca do ex-prefeito qualquer declaração radicalizada, extremada. Nem contra os maiores desafetos políticos de Campina Grande.
Se o fizer, não será ele. Terá que incorporar outra persona. E tudo que é artificial não convence. E é muito difícil mudar aos 55 anos de idade.
Sobre Romero, os bolsonaristas ortodoxos criaram uma expectativa falsa. Eis a verdade. E se só servir um radical como candidato, terão que escolher entre eles mesmos. É até uma oportunidade de se testar o próprio tamanho.