Logo depois da decisão pela transferência da Unimed-João Pessoa para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, os prognósticos sobre a saúde de Zé Aldemir, prefeito de Cajazeiras, eram – como os médicos chamam – sombrios.
Coronariano, vítima de complicações de Covid-19 e com 75 anos de idade, Aldemir era também – naquela altura – um potencial candidato a não voltar mais para casa.
Como na vida, o paciente da UTI do Sírio lutou heroicamente, mesmo entubado e sem consciência. Do lado de fora, mas no centro do front, sua mulher.
Doutora Paula Lacerda, não desanimou. Entrevistei-a na partida de João Pessoa. Depois, durante a internação e hoje recebi um comovente áudio dela do aeroporto ao lado do marido, são e salvo.
Na bagagem, trazia o que cumpriu a si mesmo em apelos aos céus: trazer o marido e pai das filhas de volta pra casa.
Estava no meio do Programa Hora H, da Rede Mais Rádio, ao lado de Wallison Bezerra. De súbito, liguei para a deputada. Qual não foi minha surpresa. Do outro lado da linha, um Zé Aldemir atende entre comovido e recomposto da maior de todas suas lutas até aqui.
A tradução dele foi pertinente. Em off e depois no ar para 21 emissoras, falou em vitória sobre “uma tempestade” e creditou estar vivo a Jesus Cristo de Nazaré.
Foi o testemunho de uma cura que, racionalmente, poucos acreditavam. Mas, milagres são assim mesmo. São para os que têm fé no sobrenatural.
Depois de estar com o barco da existência nas agitadas águas dos mares de morte, o prefeito de Cajazeiras completou a travessia e chegou à margem da vida.
E, daqui em diante, já pode dizer a quem encontrar no caminho: muito prazer, eu sou Zé Aldemir, um sobrevivente da Covid-19, um milagre vivo.