Quem olha para o cenário brasileiro de hoje tapa o nariz. A política defeca dia sim, dia não, em palavras, atos e omissões.
A postura do atual presidente fede. A diferença é que Jair Bolsonaro tem orgulho da sua incrível capacidade de expelir dejetos pelo caminho. Na rua, à luz do dia, sem constrangimento.
Agora, “caga” para uma mal cheirosa CPI. E para sujar a já pouca credibilidade da Comissão, ele nem se incomoda de ser o esgoto.
Tudo bem que é impossível entrar no mesmo salão de Renan Calheiros – a síntese da parasitologia da política nacional – e não sentir a putrefação de longe.
Mas, menos né. Estamos falando da maior autoridade da Nação. Bolsonaro se abaixa tanto que ao anunciar estar “cagando” para a CPI deu o direito à réplica a um melado Calheiros, dono de um pouco higiênico prontuário de 17 processos no STF. Para o alagoano, foi a antecipação do slogan da campanha de 2022 de um governo cagado.
Estamos na maior fossa. Eis a verdade. Aliás, aprofundamos nela. Em crise desde 2013, não conseguimos mais sair do buraco e nem colocar a cabeça na superfície.
Parece que coletivamente atiramos pedra na cruz e padecemos, por castigo, no purgatório de gases intragáveis. Um desarranjo atrás do outro.
Já tivemos uma presidente que, sem TP, só falava fezes. Agora, temos um que ele mesmo produz excrementos em série. Como nunca antes na história…
E ainda outros dois que saíram borrados. Um deles quer voltar depois de ter se atolado em grave diarréia ética.
Mesmo com a barriga embrulhando, vamos admitir. Precisamos de alguma intestinal autocrítica. Não somos nós que temos confundido urna com privada?