O brasileiro tem mais de meio milhão de motivos para tomar a vacina. A frase é da senadora Nilda Gondim (MDB), autor de projeto que confere aos empregadores dispensa por justa causa a trabalhadores que recusam a imunização contra a Covid-19. A proposta foi anunciada em meio à notícia da negativa de cerca de 400 policiais militares paraibanos à vacina. Houve críticas ao projeto.
Em nota, a senadora do MDB reagiu e acentuou: a sua iniciativa não tem o caráter de punição, mas de proteção. Ela não poupa críticas aos “negacionistas”. “Quantos mais vamos sepultar em nome do negacionismo, de liberdades individuais egoístas?”, interroga.
Confira a nota de esclarecimento
*530.648*
Esse é o número de pessoas que perderam a vida para a Covid-19 até hoje no Brasil, 9 de julho de 2021.
A frieza dos números esconde muita dor – perdas irrecuperáveis para pais, avós, irmãos, filhos, famílias inteiras.
O brasileiro tem, portanto, mais de meio milhão de motivos para tomar a vacina.
Em todo o planeta, incluindo o Brasil, os imunizantes têm demonstrado eficácia, reduzindo os índices de contaminação e mortes.
O avanço da cobertura vacinal na Paraíba, por exemplo, reduziu para 52% a taxa de ocupação nos leitos de UTI, segundo pesquisa recente divulgada pela Universidade Federal de Campina Grande.
Os negacionistas, porém, insistem em negar o óbvio. Parecem imunes a dor plural.
Quantos mais vamos sepultar em nome do negacionismo, de liberdades individuais egoístas?
Eles precisam entender que suas recusas têm consequências graves: prolongam a agonia da pandemia.
Colocam as suas vidas e as vidas das pessoas de seu entorno em risco.
Os argumentos dos que negam a ciência são tão estapafúrdios quanto os disseminados no Brasil de 1904, quando milhares se recusaram a tomar a vacina por temor de que o imunizante (que estancou um surto letal de varíola) deixasse suas feições “bovinas”.
Hoje o leque de motivos para a recusa vai de metamorfose reptiliana a suposta inoculação de chip controlado por forças do mal.
Parem com isso! Essa ignorância é letal! Combatê-la é um dever que faz toda a diferença no controle da maior tragédia sanitária já vivida em nosso país.
É este senso de dever que norteia projeto de lei para proteger a vida dos trabalhadores, facultando aos empregadores o direito de dispensar por justa causa quem ainda insiste em recusar a vacina que nos blinda contra o inimigo comum, o Coronavírus.
E não há mirabolismos autocratas na iniciativa: a propagação de agentes patológicos é CRIME capitulado na legislação vigente, nos artigos 267 e 268 do Código Penal Brasileiro.
Temos, portanto, que ter sanção de cunho trabalhista visando a não exposição em ambiente laboral de forma a punir àqueles que negam a ciência.
Por isso a proposição desse projeto, que visa suprir essa lacuna trabalhista, amparado em farta jurisprudência na Justiça do Trabalho.
Não se trata – repito – de iniciativa que se possa confundir como autoritária.
Se trata de proteção a vida.
Se trata de cidadania.
De humanidade.
E de amor a si mesmo e ao próximo.
Com respeito e espírito cidadão,
Senadora Nilda Gondim