A cada nova crise, o presidente Jair Bolsonaro puxa uma polêmica da cartola. É o método que ele escolheu para governar. Puxando o debate secundário para ofuscar o principal.
Com denúncias de suspeitas de corrupção espetando as costelas do Planalto, Bolsonaro saca a tese do voto impresso e lapida uma frase de encomenda:
– Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa – na fraude não.
Na urna de forma limpa, no dizer do presidente, é se o Congresso aprovar o voto impresso. Obviamente, uma bravata para gerar manchetes e a velha cantilena da ameaça de golpe.
Nesse caso, Bolsonaro é aquele bicho que late, mas não morde. Mas, ele ladra de caso pensado. Desvia os olhares do país das denúncias e desgastes.
E, geralmente, consegue atingir o objetivo com algum sucesso. Porque tem sempre adversário, imprensa e manchete para dar o osso que o presidente adora roer.