Sumido, caçado e achado pela repórter Sônia Bridi, da TV Globo, no interior do Uruguai, o cantor e compositor Belchior foi taxativo ao ser questionado sobre dívidas pessoais. “Eu não vou responder. Eu não tenho menor interesse na vida privada de nenhuma pessoa, sabe? Nada, em nada”.
Faço das palavras de Belchior as minhas no episódio do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que, sem o jornalista Pedro Bial, da mesma TV Globo, perguntar, declarou-se gay em rede nacional.
Não tenho o menor interesse na vida privada de ninguém. Nem dos homens públicos. Também, não censuro aqueles que – por necessidade de foro íntimo ou voluntarismo público – decidem expor sua intimidade em nome de uma causa ou transparência, como foi o gesto do tucano.
A intrépida revelação do governador, portanto, não é para ser comemorada ou criticada. Nem muito menos julgada. É pra ser respeitada. Ponto. Afinal, o que se faz entre quatro paredes não faz ninguém melhor ou pior.