A nova edição da Revista Nordeste investe num acervo de informações e análises sobre os potenciais da região. Um do destaques é o modelo de governança da Bahia, estado pilotado pelo petista Rui Costa, e o forte investimento em energias renováveis no Piauí.
Assinado pelo publisher Walter Santos, a nova edição confirma o esforço da revista em aprofundar temas do Nordeste e fundar uma leitura crítica da região sobre o contexto nacional, a partir da visão nordestina.
É o que fica claro quando a Nordeste veicula uma entrevista com o autor do Blog, também presidente da Associação de Mídia Digital (Amidi), sobre as peculiaridades da realidade do mercado do jornalismo digital regional e seus grandes desafios.
Uma forma generosa de dar voz a um segmento que tateia, se reinventa nas profundas e irreversíveis transformações da comunicação e busca alternativas para consolidação e auto-sustentação de um mercado tão promissor quanto autofágico.
O espaço não surpreende quem conhece o estilo irrequieto, empreendedor, autêntico e, acima de tudo, generoso de Walter Santos. Não por coincidência, o pioneiro na Paraíba a largar a zona de conforto e enveredar no universo digital, abrindo portas e caminhos para os que o sucederam, feito este que vos escreve nesta hora.
Confira a mais nova edição na íntegra. Clica aqui: Revista_NORDESTE_EDIÇÃO_173.
NORDESTE – Como vai o mercado digital?
HERON CID – Todas as mídias passam por um momento de mais dúvidas do que certezas. O meio digital se afirmou na irreversível audiência e consumo de informação. É hoje disparadamente o veículo mais presente no cotidiano agitado das pessoas, porque oferece conteúdo na palma da mão com rapidez e acessibilidade.
NORDESTE- Qual o universo do mercado paraibano e nordestino?
HERON CID – O mercado paraibano é um case à parte. Do maior aos menores municípios da região, a forte presença de sites e blogs surpreende porque influencia muito e tem público crescente. Existem os portais de grandes veículos e em paralelo os espaços fruto de iniciativa empreendedora de jornalistas e comunicadores, que proporcionam uma pulverização na geração de emprego e fatia de anúncios.
NORDESTE – Quais os maiores desafios?
HERON CID – Profissionalização do setor e formatação de critérios técnicos e regras claras, especialmente na publicidade institucional, ainda são desafios para vacinar o mercado da autofagia e expansão desordenada e insustentável. As agências de publicidade na região ainda resistem a inserir a mídia digital na tabela de investimentos de clientes, seja por preconceito, seja por tradicionalismo ou comodidade mesmo. Mas, não culpo as agências totalmente e nem as empresas. É o nosso segmento quem precisa se organizar mais e convencer tecnicamente sobre visibilidade e retorno do investimento.
NORDESTE – Na sua opinião, qual o futuro dos veículos tradicionais?
HERON CID – Essa é uma pergunta de um milhão de dólares. Acho que ninguém tem essa resposta pronta. Estamos em pleno redemoinho de transformações muito rápidas da profissão e do mercado, forçadas pelo advento da Internet e redes sociais. Não dá para saber ao certo para onde vamos, mas podemos ter uma certeza: quem tem conteúdo prevalece independentemente da plataforma e da oscilação das ondas, e o jornalismo profissional será sempre imprescindível numa sociedade democrática.
