“Vacina boa é vacina no braço”, diz o mantra entoado por integrantes do governo paulista, diretores do Instituto Butantan e demais escravos voluntários da deusa Ciência. Nem todas, avisam as autoridades sanitárias dos Estados Unidos e da União Européia. Quem foi vacinado com a Coronavac, por exemplo, continua proibido de entrar em território americano ou cruzar as fronteiras dos principais países do continente europeu. A situação não mudou com a inclusão do imunizante chinês na lista dos liberados pela OMS para uso emergencial.
Ninguém torce tanto pelo sucesso da Coronavac quanto os que receberam duas doses do maior trunfo eleitoral do governador João Dória. Sou um deles. Não tenho viagem marcada para o exterior. As férias ainda estão distantes. Mas quero que os pais da Coronavac me digam como estou. Imunizado? Meio imunizado? Semivacinado? Ótimo, bom regular, regular, ruim ou péssimo?
Por que tanta gente parece disposta até a roubar a pensão da avó para cravar no braço uma Pfizer, uma Moderna, uma Janssen, mesmo uma AstraZeneca? Por que a Espanha acaba de reabrir as portas para o mundo inteiro, com exceção do Brasil e outros dois países? Nesta semana, seis idosos vacinados com duas doses da Coronavac morreram de COVID num asilo em Araponga, no Paraná, em meio a um surto que atingiu 32 dos 43 residentes do lar São Vicente de Paulo. O que tem a dizer Dimas Covas?
A tribo que berra “vacina boa é vacina no braço” apoia a criação de um passaporte sanitário. Para os brasileiros vacinados com a Coronavac, o documento terá validade zero na Europa e nos Estados Unidos. Mas todos poderão ao menos voar sem restrições na ponte aérea Rio-São Paulo.
R7