Primeiro, foi o deputado federal Marcelo Freixo que deixou o PSOL. Logo depois, a saída do governador Flávio Dino do PC do B.
Nos respectivos partidos, ambos tinham projeção e destaque. Por que deixaram então as siglas e decidiram por filiação ao PSB, um partido “socialista” mais arejado e sem marcas de radicalismo ideológico?
Duas hipóteses. A primeira delas é pragmática: obedece a arrumação política do ex-presidente Lula para as eleições de 2020.
E uma segunda motivação mais conceitual: a busca por legendas com fluxo mais desobstruído ao diálogo com a nova sociedade brasileira.
PSOL e PCdoB são legendas que – por programa e concepção – mantêm retórica distante dos desafios do cotidiano brasileiro. Com suas visões anacrônicas, inaplicáveis nos tempos atuais, comunicam mais para dentro do que pra fora.
As representações pífias no Congresso falam por si só. As desfiliações deveriam falar e provocar reflexões nos dois partidos.
Freixo e Dino querem ir mais longe. Perceberam, por certo, que onde estavam – atados à imagens e símbolos do passado – dificilmente poderiam avançar ao futuro.