O presidente da Camara, Arthur Lira (PP-AL), apequenou o Parlamento Nacional. De uma canetada, Lira dissolveu e anulou, monocraticamente, o aguardado relatório da Comissão da Reforma Tributária, assinado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).
O relator defendia uma reforma ampla e a simplificação dos impostos. O contrário do que queriam Lira e parte da equipe econômica do governo. Querem fatiá-la.
Arthur se apegou a filigrana do Regimento Interno. Ao pé da letra, a comissão só poderia realizar 40 reuniões. Promoveu 70.
Ou seja, foi punida por estender ao máximo os debates com a sociedade. Não o contrário.
Pura desculpa formal. Por conta da pandemia, o Orçamento Geral da União – a peça mais importante entre os três Poderes – foi aprovado no fim de abril do ano em que já vigorava.
Lira não vai dizer, mas a providência soou a retaliação política ou outros interesses menos confessáveis na disputa interna do Progressistas. Aguinaldo foi dissidente no PP de Arthur e votou em Baleia Rossi (MDB) na eleição para presidente da Câmara.
Pelo visto, o alagoano não perdoou, mas escolheu a pior forma possível para sua vindita.
Usou um tema de urgência nacional. Atirou no relator, mas acertou no Brasil, que reivindica a reforma para uma sistema tributário justo e desburocratizado.
Ocupante de um cargo gigante, Arthur Lira promoveu um ato minúsculo.