A licença parlamentar do deputado federal Pedro Cunha Lima, presidente estadual do PSDB, não pode ser vista como um ato isolado ou corriqueiro.
A decisão que leva Rafael Pereira, o Rafafá, à Câmara, é movimento estratégico do partido. Um caminho que pretende também criar espaço para a ascensão de Patrick Dornelles. O que é mais difícil dada a indisposição pessoal de afastamento por 120 dias por parte da deputada Edna Henrique (PSDB)
O partido decidiu fazer dois gestos: um público, de caráter conceitual, e o outro mais político, interno.
O público é na direção de duas minorias, a LGBT e das pessoas portadoras de doenças raras.
O político é um recado para potenciais candidatos nas próximas eleições, especialmente àqueles considerados de menor densidade eleitoral.
A esses, o partido está mandando dizer que, no PSDB, mesmo quem não entra na lista dos eleitos tem chance de, em algum momento dos quatro anos, tomar posse na Câmara, passar quatro meses no mandato e andar com privilegiado broche na lapela em Brasília.
E é também uma forma de reconhecer que em eleição proporcional não existe cabeça sem cauda.
A iniciativa é de Pedro Cunha Lima, mas tem a inspiração do ex-senador Cássio Cunha Lima. Mesmo distante geograficamente, ele não deixa um dia de fazer articulação. 2022 é logo ali… E Cássio, definitivamente, não desistiu da política.