Numa excêntrica segunda-feira, a Esplanada dos Ministérios registrou seis mudanças de cadeiras.
Foi das Relações Exteriores à Advocacia Geral da União.
A reforma ministerial de Bolsonaro é uma combinação de fatores. Antes de tudo, necessária para quem quer passar uma nova mensagem, como é o que parece ser a inclinação do presidente.
A chamada ala ideológica vem perdendo força. E não é por outra coisa. Os resultados são no mínimo questionáveis. Ernesto Araújo criou mais problemas do que solução no processo da compra de vacinas.
Segundo aspecto: o governo começou a perceber a necessidade de mexer em pastas estratégicas e de se livrar de escolhas iniciais (da cota pessoal) que o tempo mostrou mal sucedidas.
Por último. Fragilizado pelo desgaste da postura adotada na pandemia, Bolsonaro cede ao que mais combateu: a fatura dos aliados. A nova titular da Secretaria de Governo, por exemplo, “agrada” ao Parlamento.
Não há problema algum em mudar para corrigir. Problema é permanecer no erro. Diz a sabedoria que é burrice.
Por necessidade e instinto de sobrevivência, o governo vai aos poucos perdendo o orgulho, sendo mais pragmático e saindo da posição de refém dos seus próprios dogmas. O que deixa seus fanáticos em parafuso.