Ao primeiro olhar, eventos na pandemia entram na categoria do supérfluo, o que pode ser cortado sem nenhum questionamento.
De fato, do ponto de vista sanitário, é impraticável. E até soa contraditório com a alta mortalidade.
A sociedade também tem uma tendência de pensar no setor olhando para as estrelas, geralmente, milionárias e com muita gordura pra queimar.
Mas, não é bem assim.
Nem só de grandes artistas vive esse universo. A cadeia de eventos é gigante e emprega muita gente. De técnicos de som e luz, a montadores, motoristas, produtores e uma infinidade de profissionais.
Muitas bandas consolidas ainda conseguem manter pagamentos de músicos. Algumas, inclusive famosas, já jogaram a toalha. E aqueles pequenos grupos artísticos?
Isso falando apenas de shows, porque o segmento é muito mais amplo e envolve, por exemplo, festas sociais, casamentos, aniversários… Aí entram garços, doceiros, cerimonialistas, decoradores, cozinheiros…
Estima-se algo em torno de dois milhões de empregos diretos e indiretos e uma movimentação superior a R$ 209 bilhões.
Números que impressionaram até o ministro Paulo Guedes, da Economia, durante reunião virtual com integrantes do setor, evento intermediado pela senadora Daniella Ribeiro (PP-PB).
Caberá a ela relatório do Projeto de Lei (5638) que cria o Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos, previsto para ser votado amanhã no Senado.
Apoiadora da causa, a paraibana já sinalizou pelo “sim” ao PL.
Se aprovado, o Plano socorrerá o setor seguramente mais afetado pela pandemia. Foi a primeiro a fechar e certamente será o último a voltar. Não pode ser o único ignorado.