A chapa da ciência  (por Magno Martins) – Heron Cid
Opinião

A chapa da ciência  (por Magno Martins)

20 de março de 2021 às 14h06 Por Heron Cid

Os índices de aprovação do Governo do presidente americano Joe Biden, o sereno e discreto homem público que destruiu o sonho da reeleição de Donald Trump, cresceram fortemente desde janeiro, de acordo com uma pesquisa da Reuters/Ipsos divulgada ontem. O fenômeno foi impulsionado por medidas concretas para enfrentar a crise econômica e sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, em especial pela campanha de vacinação.

O que acontece no Brasil, entretanto, em relação a maior potência do Planeta se dá justamente na vertente contrária. O presidente Jair Bolsonaro enfrenta um dos momentos mais dramáticos do seu Governo: reprovação ascendente na gestão e no campo político notícias de pesquisas que, faltando um ano e oito meses para as eleições presidenciais, sofre uma real ameaça de perder para dois dos seus principais adversários – o ex-presidente Lula e o ex-ministro Ciro Gomes, do PT e PDT, respectivamente, numa disputa em segundo turno.

Bolsonaro perde votos, segundo as mesmas pesquisas, pela performance desastrosa no enfrentamento à pandemia, a falta de liturgia inerente ao cargo e a natural desarrumação na economia. Seu eleitorado está sendo resumido aos que, historicamente, simpatizam pelas bandeiras por ele defendidas, percentual insuficiente para chegar ao segundo turno e ganhar a eleição. Numa leitura mais apurada das pesquisas há, também, um sentimento de que Lula ou Ciro seriam o escape do eleitor diante de alternativas mais seguras e confiáveis que não apareceram no horizonte.

Não seria o caso de concluir que o Brasil está à procura do seu Biden, ou seja, um candidato com as feições e virtudes do presidente americano? Há quem diga que sim e já existe até quem esteja construindo entre os partidos de centro e na esquerda moderada um nome que incorpore todas essas qualidades: o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), cuja marca mais expressiva está justamente na serenidade e na marca de bom gestor.

Médico com formação humanista, Alckmin foi o político que por mais tempo comandou o Governo paulista desde a redemocratização do Brasil, de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018. Diferente de muitos que fizeram fortuna, o tucano, logo após perder a eleição presidencial, voltou ao seu consultório médico e a exercer, também, a função de professor universitário.

O blog apurou que em torno de uma nova e provável candidatura de Alckmin já foi desencadeado um movimento para apresentar ao Brasil a alternativa de uma chapa de médicos, a chamada chapa da ciência, completada na vice com a escolha do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Num momento em que o País clama por mais saúde e para se livrar da morte provocada pelo coronavírus, uma alternativa ao Planalto fazendo o casamento da experiência exitosa de um médico em São Paulo com outro médico com bom desempenho à frente da pandemia, no Ministério da Saúde, poderia, segundo analistas, ter presença segura no segundo turno, seja com Bolsonaro, Lula ou Ciro. E ganhar a eleição.

Blog do Magno Martins

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