Não é nova onda, é tsunami mesmo – Heron Cid
Opinião

Não é nova onda, é tsunami mesmo

17 de março de 2021 às 20h14 Por Heron Cid

Logo no começo da pandemia, houve quem pensasse que o Brasil teria, no máximo, de quatro a cinco mil mortos até a crise do novo coronavírus ser contida.

Apareceu quem se tranquilizasse tendo como alento a nossa particular condição climática, diferente da Europa e pouco “propícia” à disseminação do vírus chinês.

Lembro muito bem quando no ano passado a Igreja Católica da Paraíba decidiu suspender missas e celebrações, por previdência e antes mesmo das medidas restritivas.

Fui um dos que viram na decisão um exagero, já que não se tinha notícia, até ali, de nenhuma morte por aqui.

Como muitos, estava enganado quanto à expectativa da proporção e alcance da doença.

Um ano depois daqueles primeiros sinais, a Paraíba enterrou mais de cinco mil dos seus filhos.

Somente nos últimos 100 dias, o Estado acumula 1.537 óbitos. Em entrevista hoje ao programa Hora H, da Rede Mais Rádio, a secretária executiva estadual de Saúde, Renata Nóbrega, admitiu risco iminente de colapso.

Hoje, o país está na casa dos 285 mil mortos. Nos últimos dois dias, estamos batendo próximo dos 3 mil óbitos, em 24 horas.

Pelo índice de contaminação e óbitos, esta nova onda é um tsunami. Muito maior e mais agressiva do que a primeira.

Vistos pelo ângulo da mortalidade da pandemia, os desastres aéreos e os rompimentos de barragens de rejeitos que causaram luto e comoção no Brasil ficaram pequenos.

Vivemos uma catástrofe por dia.

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