Na campanha, um dos slogans da militância bolsonarista avisava: é bom já ir se acostumando. Dois anos depois, o bordão vai fincando pé nas universidades federais, obrigadas a se habituarem ao padrão Bolsonaro de escolha de reitores.
Nele, a lista tríplice é apenas uma orientação. Não mais uma regra informal de nomeação dos primeiros colocados. O STF, recentemente, chancelou com o óbvio. Se a lista tem três, qualquer um do trio está legalmente habilitado.
Na Universidade Federal de Campina Grande, a escolha recaiu sobre o terceiro colocado na votação da comunidade: Antônio Fernandes (foto) foi o escolhido.
Idêntico ao que se sucedeu antes na UFPB quando deu Valdinei Gouveia, também o último da eleição.
De Fernandes as referências são positivas. Foi diretor do campus da UFCG em Cajazeiras e articulador do movimento em defesa da viabilização do Hospital Universitário, que ainda padece de recursos para implantação.
Antônio carrega um traço pessoal na atividade acadêmica que talvez tenha sido definitivo para o carimbo de Bolsonaro. Discreto e técnico, não é adepto de política partidária.
Virou o escolhido.
Desmontar a estrutura política na universidade é a política de Bolsonaro.
Os movimentos universitários resistem e protestam. Mas, parte considerável da sociedade, já vai se acostumando.