Diário do Nordeste: a morte no impresso e ressurreição no digital – Heron Cid
Bastidores

Diário do Nordeste: a morte no impresso e ressurreição no digital

21 de fevereiro de 2021 às 11h51 Por Heron Cid

Eles quase não existem mais. Como animais fora do habitat, em pouco tempo (pouco tempo mesmo!) entraram em extinção. A espiral do fim dos jornais impressos continua engolindo veículos tradicionais. O Diário do Nordeste, de Fortaleza (CE), entrou na fila.

O periódico cearense só circula em papel até o fim do mês. Não morrerá, felizmente. O jornal sairá dos aparelhos para respirar na versão digital.

Há tempo de salvar o paciente, que já havia naturalmente migrado, a empresa do Grupo Edson Queiroz contratou consultoria e fez o dever de casa da transição.

Os dirigentes foram profissionais. Mantiveram vivos o paciente e a marca, uma das mais relevantes do jornalismo no Nordeste.

Para garantir sobrevida, as assinaturas migram e, somadas à publicidade, sustentam a engenharia.

O leitor do Diário do Nordeste vai fazer, definitivamente, o que já vinha executando no novo hábito de leitura. No lugar de ir às bancas ou esperar pela chegada do jornaleiro em casa, simplesmente tocará na tela do celular para o jornal se abrir aos seus olhos.

No caso do Diário, a nota triste é o efeito dos desligamentos e diminuição de empregos de jornalistas e de toda a cadeia de produção da notícia. Inevitável.

A comunicação vive as dores do parto, como assinala meu amigo e confrade Evaldo Costa. Vem nascendo à fórceps um novo jornalista, obrigatoriamente mais versátil e multitelas, e um novo mercado. Ambos estão condenados à mútua adaptação.

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