Ao primeiro olhar, a fórmula defendida pelo deputado Manoel Ludgério é chocante. Especialmente, pela origem: partiu de um histórico integrante do grupo Cunha Lima e amigo particular do ex-prefeito Romero Rodrigues.
Não se sabe, com precisão, a quem a defesa pública fustigou mais: aos interessados no projeto da oposição ou nos nervos de aliados da Granja Santana interessados numa das vagas?
Para refrescar. Em entrevista aqui ao Blog, entre uma garfada e outra no singular queijo de manteiga produzido no Cariri, Ludgério propôs um grande acordo e pacto político, envolvendo as grandes lideranças da Paraíba.
A tese é, presumidamente, difícil de operacionalização. Passaria pela conciliação de muitos interesses divergentes. As questões paroquiais de Campina Grande pesam e seriam pedras no caminho.
Mas, para ser franco, não pode, de partida, ser mandada para o arquivo do impossível. Especialmente num ambiente desgastado em que a disputa pela disputa perde fôlego no terreno de uma política cada vez mais pragmática e segundo a qual ninguém quer arriscar ficar sem mandato por tanto tempo.
Se os grupos em questão são antagônicos, os perfis dos líderes invocados nem tanto. O governador João Azevedo e Romero Rodrigues são igualmente moderados, temperados até na crítica.
Não seria, portanto, juntar água e óleo. O desafio mesmo seria fazer caber todo mundo nessa panela sem transbordar.
Por via das dúvidas, já tem fogo brando queimando. E, não por acaso, nenhum dos lados da história tem interesse em apagá-lo antes do apuro do tempo e de provar se dá sabor. A tendência é que deixem cozinhar lentamente até a mesa de 2022 ser posta.