Quem passa hoje pela Estação Ciência Cabo Branco nem de longe lembra o que já foi um dia aquele disputado espaço de visitação.
De ponto turístico mais visitado da capital paraibana, o equipamento público se transformou num gigante fantasma de portas fechadas.
Aos poucos, a Estação Ciência foi se degenerando. Por decisão deliberada ou apenas desleixo da gestão municipal passada, não se sabe ao certo.
Bem ao lado dos muros trancados de cadeado o recém-inaugurado Parque Linear, com seu colorido e convite à recreação, patinação, corrida e ciclismo.
Um contraste.
A atual administração tem uma obrigação pedagógica no resgate da Estação. O prefeito Cícero Lucena e o governador João Azevêdo compreenderam isso.
Não dava para o sucessor de Luciano Cartaxo ignorar esse gargalo. A recuperação daquele espaço é, antes de qualquer coisa, uma questão de respeito ao dinheiro público.
A obra, assinada por Oscar Niemeyer – um patrimônio, portanto – custou algumas dezenas de milhões de reais. Condenar precocemente à inatividade uma edificação que tem natural vitalidade é um desserviço.
O desafio de Cícero, todavia, não para aí. A nova gestão precisar dar funcionalidade, também, à Estação das Artes, construída em frente com estrutura gigante e projeto moderno, mas cuja finalidade nunca ficou bem definida ou aproveitada na sua potencialidade.
Os dois pontos dialogam na proposta e na localização. Integração é a palavra.
Se quiser olhar para o futuro, João Pessoa não pode deixá-las para trás e condenar dois estratégicos equipamentos à orfandade. Independente de paternidades.