A equação é simples e vigora desde quando modelo de coalizão política foi implantado em terras brasilis, a partir de Fernando Henrique Cardoso.
Quanto mais um presidente se enfraquece, mais ficam fortalecidos partidos do chamado centrão – espectro pragmatíssimo do Congresso.
É o que acontece agora com Bolsonaro.
Fragilizado pela combinação fim do auxílio e vacilações na providência da vacina, o chefe do País está mais carente do que nunca de apoios na Câmara e Senado.
De tão necessitado, o governo inteiro se empenha em atrair as forças que sempre ensaiou ojeriza e coragem para eliminar. Parêntese. Parte do público bolsonarista mais fanático chegou a crer na quimera.
Quando chamou o centrão para perto, o ex-paraquedista do Exército abriu o instinto de sobrevivência.
Prioridade número 1: eleger Arthur Lira (PP-AL), um dos capitães do quartel centrista. A operação, na ótica do Planalto, garante governabilidade, exorciza impeachment e viabiliza a reeleição.
Somente o primeiro tópico confere. Segundo e terceiro ‘dependem’ das circunstâncias.
Com Bolsonaro enfraquecido, o centrão aproveita para prospectar prestígio e espaços para a velha política de sempre.
Para livrar o presidente do impeachment, barganham. Em caso de sobrevida, avaliam lá na frente se ficam com ele. Se o quadro piorar, não têm problema em buscar refrigério noutras almas em 2022.
Foi assim com o PT, com quem os centristas conviveram 14 anos sem que a longevidade e tratamento vip fossem garantia de fidelidade na Hora H.
Neste momento da era Bolsonaro, o centrão voltou a ficar forte. Logo, o oposto também é verdadeiro. A história ensina.