Depois de idas e vindas cercadas por um (por vezes justificado) ambiente de desconfiança quanto à independência da agência, a Anvisa deu mostra da importância da regulação autônoma no aparelho de Estado, na reunião/anúncio da aprovação do uso emergencial das vacinas de Oxford e Coronavac.
Tudo o que disseram técnicos e diretores ao longo de mais de cinco horas contrariou o que vem dizendo o presidente Jair Bolsonaro em sua saga de desqualificação dos imunizantes e da negação do combate contundente e eficiente à pandemia. O corpo da agência parecia ter-se livrado de manifestações que estavam “entaladas”.
Em todo o contexto sobre a premência da vacinação, duas afirmações feitas por diretores se destacaram. Uma, a que não há medicações alternativas ao combate do vírus. Outra, a que a atribui a situação calamitosa do Brasil à “incúria do Estado”, vale dizer, do governo.
Há quem tenha visto excesso de propaganda na reunião, mas ela foi importante para que a Anvisa falasse e detalhasse um cenário de razão em oposição às posições negacionistas do presidente. Na atual conjuntura em que se tem de lutar contra doença e contra o governantes que a despreza, antes o show da Anvisa que o espetáculo diário da ignorância presidencial.
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