Ruy Carneiro é fruto da política tradicional paraibana. Tem tradição até no sobrenome. Essa foi a porta de entrada do deputado federal na vida pública.
O tucano tinha, até 2020, tradição, história, sequência de mandatos, e experiência parlamentar e executiva.
Para os padrões daqui, o suficiente. Mas, os tempos são outros. Ruy sentiu que faltava mais. E agiu.
A eleição de 2020 foi a chave.
Fez uma campanha totalmente descasada de padrinhos e até do próprio partido. Removeu qualquer vínculo ou associação. Foi ele próprio do princípio ao fim.
De todos, talvez foi quem melhor usou a linguagem específica e jovem para falar com tribos distintas. Se fez ouvido e ouviu.
Foi no guia o candidato descolado. Foi nos debates o homem público preparado e maduro. E ainda voltou as ruas para agradecer a votação expressiva. Surpreendente até.
Saiu da campanha inegavelmente com outra imagem, repaginado. E com postura de vencedor, mesmo nem tendo rompido o primeiro turno.
Apesar da derrota, conseguiu um feito inédito. A sensação partilhada por muita gente de que se tivesse ido ao segundo turno a história poderia ter sido diferente.