Se quisesse, o governador João Azevêdo (Cidadania) teria mil e uma desculpas para evitar receber e se encontrar com um adversário do nível de Bruno Cunha Lima (PSD), o prefeito eleito de Campina Grande e ex-líder da oposição em tempos razoavelmente recentes.
Pelo mau costume dessas terras, a incivilidade institucional seria vista como normal, como foi durante muito tempo por estas bandas. Até incentivada. Até sinônimo de superioridade política.
Azevêdo fez outro caminho. E novo. Não só chamou para audiência, como respeitosamente discutiu parceria governamental contra a pandemia, desafio que exige unidade e ações casadas.
Mandou para os arquivos a má vontade que o pretérito tratou Campina. Removeu para bem longe uma rivalidade infértil da cidade com o Governo, e vice-versa.
Bruno contaria no estoque com múltiplas razões de ordem política (da velha política) para nem querer conversa com João. Não faltariam vozes do atraso para sentar na torcida e sussurrar estímulo ao distanciamento, como mensagem deslegitimadora da figura e autoridade do governador.
A inciativa do jovem prefeito demonstrou o que já se sabe; personalidade formada, ele caminha com as próprias pernas e pensa com a própria cabeça. Cabeça nova que não cai na tentação dos velhos costumes e das eternas vinditas.
Ambos desarmaram palanques. Do passado e do futuro.
Governador e prefeito renunciaram as vaidades, o espírito de revanche e não deixaram as diferenças políticas apequenarem relações num instante que só pede grandeza dos homens públicos.
Os dois consumaram, na prática, o que se convencionou – em boca – chamar de nova política. Um novo normal que a Paraíba deve se acostumar. A vacina contra a intriga institucional na Paraíba está testada e aprovada.
