Azedou a relação de confiança entre as equipes de transição de gestão em João Pessoa. O anúncio de concurso público para preencher 600 vagas na Prefeitura foi fogo no estopim e criou a primeira grande faísca de mal-estar.
Equipe de Cícero alega que o concurso, chamado à duas semanas de o prefeito se despedir da prefeitura com perspectiva de altas despesas para o sucessor, não estava no roteiro das discussões.
A gestão municipal diz que cumpre cronograma de Termo de Ajustamento de Conduta acertado com o Ministério Público para substituir, gradativamente, o histórico de exército de contratados pelo Executivo pessoense.
Os dois, em tese, têm razão.
Luciano Cartaxo não precisa de licença de equipe do prefeito eleito para governar em toda plenitude até o dia 31, mas mandava o bom senso que o assunto fosse tratado sem surpresas.
Especialmente no tocante à decisão de relevante impacto na receitas municipais.
Cícero não tem obrigação de engolir no seco.
Ao que parece, faltou justamente diálogo, a palavrinha mágica. E o que poderia ter sido conversado abertamente numa mesa adulta pode parar nos tribunais.
Além de administrativa, Cartaxo jogou na política. Deu uma satisfação ao MP e mandou a batata quente incômoda para o sucessor num tema extremamente delicado.
Vai obrigar a equipe de Cícero a se indispor contra concurso público, tábua de esperança em tempos de desemprego e desalento.
Nada fácil. No final, nem um, nem outro. Prevalecerá o critério da legalidade. De que lado ela está?