Os 752 quilos de cocaína apreendidos pela Polícia Militar da Paraíba no aeródromo de Catolé do Rocha, no Sertão, estavam em caixas numa aeronave da NHR Táxi Aéreo LTDA, de Sorocaba (SP).
Detalhe: bancos do avião Embraer modelo EMB-110P1 foram removidos para transportar a carga que a empresa disse, em nota, acreditar ser de peças automotivas.
A NHR opera desde 2004. No mercado tem bom conceito e o caso causou supresa no segmento aeronáutico, mas a empresa chegou a ter o certificado de homologação suspenso, em novembro de 2008, pela Agência Nacional de Aviação Civil.
A decisão da ANAC foi tomada após vistorias dos inspetores da Agência terem encontrado irregularidades que comprometiam a segurança operacional da empresa.
Em dezembro do mesmo ano, um mês depois, a ANAC autorizou a NHR voltar a operar, depois de comprovadas as condições de segurança readquiridas.
Portaria recente, assinada em junho deste ano pelo presidente substituto da ANAC, Juliano Alcântara, autorizou a empresa a explorar o serviço público aéreo. O prazo da operação autorizada é de cinco anos.
Em nota, a NHR Táxi Aéreo, se eximiu de responsabilidades pelo conteúdo da carga (cocaína) apreendida em Catolé do Rocha (PB) e se disse tão vítima quanto à coletividade.
Nada informou, todavia, sobre protocolos.
A empresa e seus profissionais, cujos dois pilotos do voo foram presos em flagrante, não inspeciona, minimamente, a carga contratada? Confia apenas na palavra do contratante, sem qualquer averiguação?
Outra questão fica no ar: como essa droga passou e entrou no Aeroporto Internacional de Salvador (BA), de onde a aeronave teria decolado, segundo as primeiras informações colhidas?
Ou os pilotos estão mentindo sobre o local exato do embarque?
E, afinal, quem são os contratantes do serviço que tinha Catolé do Rocha como destino?