Em alguns momentos do segundo turno ficou a impressão de que o eleitor de João Pessoa se achou diante de um dilema ‘sofiano’ ao ponto de muita gente decidir o voto praticamente na frente da urna.
Impressão não. Os depoimentos são muitos nesse sentido.
No universo dos eleitores tanto de Cícero Lucena quanto de Nilvan Ferreira houve uma fatia razoável que fechou os olhos e depositou um voto crítico.
Um voto contra o adversário, um voto por exclusão.
Esse sentimento das ruas revela que um novo nível de exigência do eleitorado da capital aumenta em muito a responsabilidade do prefeito eleito.
Um filtro conceitual que subiu consideravelmente de 2004 para cá e depois das gestões de Ricardo Coutinho, Luciano Agra e Luciano Cartaxo, admita-se.
Os três, cada um ao seu modo e estilo, deixaram marcas importantes no imaginário popular. O saldo administrativo desse período recente da história mexeu sensivelmente com a autoestima da cidade.
É para esse neo pessoense, bem acostumado com administrações dinâmicas e responsáveis por um novo modelo de governança, que Cícero governará a partir de primeiro de janeiro, 16 anos depois de suas duas passagens no comando do município.
A consciência sobre essa João Pessoa mais exigente é determinante para embasar a nova gestão que se descortina em 2021.
Uma coisa é certa. A cidade não se contentará com mais do mesmo.
