Há quem advogue que neutralidade também é uma posição política. Radical contra o radicalismo, considero a opção até legítima.
Existem situações na política em que o caminho da neutralidade pode ser a saída da coerência. Noutras, sinônimo de omissão.
Em João Pessoa, três candidatos que não passaram ao segundo turno optaram pela abstenção de precisar escolher entre os dois nomes em apreciação pelo eleitor: Cícero Lucena (Progressistas) e Nilvan Ferreira (MDB).
Quem se posiciona se compromete. Wallber Virgolino, Ruy Carneiro, Raoni Mendes e Edilma Freire não quiseram assumir o ônus do que virá da gestão de um ou de outro postulante. Também renunciaram eventuais bônus de adesões, é verdade.
Mas, num momento desafiador como esse, de pós-pandemia e no qual o cidadão precisará mais do que nunca de governos competentes e de união de esforços, homens públicos têm o direito de lavar as mãos e se ausentar de escolhas difíceis?
A neutralidade é opção última dos terrivelmente opostos, quando não há nenhum resquício de convergência.
Ruy, Edilma, Raoni e Wallber são tão opostos assim dos perfis, ideologias e concepções políticas de Cícero e Nilvan Ferreira?
A resposta não carece de maiores comentários.