Definitivamente, eleição é muito mais sobre o eleitor do que sobre os candidatos. O resultado do pleito em Campina Grande faz essa inequívoca constatação.
Antes de os partidos homologarem seus nomes, a cidade já havia sinalizado o seu novo “espírito do tempo” na perspectiva de novos olhares.
Aprovava com elevado percentual a gestão de Romero Rodrigues (PSD) e queria um novo líder na sua sucessão. De preferência, alinhado. Não, subordinado. Protagonista, não apontado. Uma diferença crucial.
Nesse sentido, a condução de Romero foi impecável. Com quase 80% de aprovação na exigente Campina, poderia ter sucumbido à tentação de impor nome de sua exclusiva predileção. Não. Decidiu ouvindo, ponderando e auscultando.
O mérito de Bruno Cunha Lima (PSD) remonta aos caminhos que decidiu caminhar. Ainda deputado, rejeitou as vias normais e ousou peitar a correnteza em várias renúncias de ordem pragmática. Incorporou, de fato, a nova política tão docemente verbalizada em bocas, mas discrepante em práticas.
Na eleição de 2018, perdeu ganhando. Caiu para cima e converteu o que seria uma fragilidade em sua demonstração de força. Uma vitória conceitual.
É possível dizer que antes de ser o escolhido de Romero, Bruno já era o nome soprado pelo sentimento das ruas. O apoio do prefeito, principal eleitor da cidade hoje em dia, somado à aliança com o PP do clã Ribeiro, completou a obra.
De derrotado por votos insuficientes para deputado federal, e sem mandato, para primeiro prefeito eleito no primeiro turno em Campina.
Ninguém pode mais duvidar de que o eleitor está mudando (só não ver quem não quer!). E nem que a Lei da Semeadura, descrita em Gálatas, também serve para política. Tudo o que se semeia se colherá. Cedo ou tarde.