Quem vai ao ringue no segundo turno? (por Magno Martins) – Heron Cid
Bastidores

Quem vai ao ringue no segundo turno? (por Magno Martins)

12 de novembro de 2020 às 09h03 Por Heron Cid

A três dias das eleições, quem irá ao segundo turno no Recife com João Campos, candidato do PSB? Esta é a pergunta mais frequente que me chega nos últimos dias diante da terrível indefinição apontada pelos mais variados institutos de pesquisas eleitorais. Numericamente, Marília Arraes, do PT, seria a ungida, mas seu distanciamento de Mendonça Filho, do DEM, está dentro da margem de erro ou pouquíssimo fora, conforme atestou mais uma pesquisa, ontem, a do Datafolha.

Se der Marília, pela primeira vez Recife assistirá a uma disputa entre dois candidatos de mesmo perfil ideológico, no campo da esquerda, com um detalhe que chama atenção: ambos de uma mesma família, que no passado estiveram unidos, comungando dos mesmos desejos, das mesmas ideias, mesmos propósitos. E que o tempo, que é o senhor da razão, se encarregou de separar, como o joio do trigo.

Com Mendonça, estará configurada a lógica, o lugar comum, sem nenhum fenômeno eleitoral, porque reproduzirá a briga em torno da velha cantilena do politicamente correto de esquerda com os supostamente conservadores de direita. Isso tem lá suas razões: Bolsonaro teve 44% dos votos no Recife. Quem votou nele pode ser conservador, mas houve muito eleitor que votou apenas para se livrar do PT.

Esse segmento seguiria cegamente para o palanque da delegada se a adesão do presidente não tivesse sido inusitada, oportunista, uma tábua de salvação para quem se encontra num deserto eleitoral como ela, que começou bem nas pesquisas, mas despencou e superou João em rejeição depois que batizou a capital de Recifilis e disse que seu povo é feio que dá pena.

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