Não é à falta do que fazer que ministros de Bolsonaro entram em choque. É porque o mau exemplo que vem de cima os contamina. Se você tem um chefe que briga por tudo e por qualquer coisa, e depois dá o dito pelo não dito, por que não copiá-lo?
Há três dias, Bolsonaro recomendou aos seus ministros que não lavem roupa suja em público. O ministro do Meio Ambiente havia chamado o general ministro da Secretaria do Governo de Maria Fofoca. Uma humilhação para quem usa farda.
A recomendação foi para o lixo menos de 72 horas depois. Embora sem citá-lo, o ministro da Economia voltou a criticar seu colega do Desenvolvimento Regional, e se não bastasse, atacou a Federação Brasileira de Bancos, um reduto do lobby, segundo ele.
Paulo Guedes fala muito e com frequência diz besteiras. Lembra alguém? O ministro alvo dos seus vitupérios viajou ao Maranhão com Bolsonaro e foi publicamente elogiado por ele. O ministro do Meio Ambiente preferiu viajar em outra direção.
Do paraíso de Fernando de Noronha, mandou dizer que invadiram sua conta no Twitter e que ele nada teve a ver com a mensagem ali postada sobre a má forma física de Rodrigo Maia, presidente da Câmara. Maia, de fato, está acima do peso ideal.
Mas isso uma pessoa educada não fala a respeito de outra. Salles é tudo, menos uma pessoa educada. E, estimulado pelos filhos do presidente, bate em quem eles querem bater. A conta de Salles no Twitter foi cancelada. Ignora-se se pelo Twitter ou por ele.
Maia não respondeu a Salles. Estava ocupado em rebater insinuações malévolas feitas sobre ele pelo presidente do Banco Central, que as negou, e Maia deu-se por satisfeito. O que não tem conserto é a relação de Bolsonaro com João Doria.
Outra vez por causa da vacina chinesa, Bolsonaro voltou a atacar o governador paulista que respondeu com gosto em cima da bucha. E assim segue o Bonde do Planalto, sem rumo certo, desgovernado e fora dos trilhos. Os próximos dois anos prometem.
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