Quem tem filhos sabe. Eles mudam, definitivamente, a vida da gente. E quem tem quatro, como eu, não tem nenhuma dúvida! É uma pós-graduação em vida, com todas dores e delícias abrangidas nessa incrível e desafiadora aventura humana na terra.
Cada um em si representa um momento, uma fase, um sentimento, um sonho.
Benjamim chegou numa transição de ciclo. A notícia da sua vinda não coincidiu, mas abriu as águas de uma travessia consentida, desejada.
Veio impulsionado e encorajando renúncias profissionais e novos caminhos. Estava decidido. Com ele viveria o que o ansioso começo de carreira e circunstâncias da estrada haviam roubado, antes.
E assim tem sido desde o nascimento até esta hora em que celebramos – Marly, seus irmãos e eu – o quinto ano do presente de sua vinda tão bem vinda.
Como na plangente canção de Vinicius e Toquinho, “de repente eu vejo se transformar num menino igual à mim/ Que vem correndo me beijar quando eu chegar lá de onde eu vim/ Um menino sempre a me perguntar um porque que não tem fim”.
São perguntas curiosas, são frases surpreendentes, são gritos que explodem na casa e nos ouvidos, são birras, são abraços, são sorrisos, são histórias, são olhos arregalados, são sonos que sonhamos.
Benjamim, um dia fostes o “filho da felicidade” para Jacó e Raquel, hoje és meu, de Marly, e do Criador, quem sabia muito antes da brisa do meu encantamento que tu virias numa manhã de terça-feira, 20 de outubro. O dia que o céu sorriu de novo para mim.
(Benjamim, meu menino*)
Benjamim
Pequenino
Benjamim
Meu menino
No meu jardim
Tu jasmim
Bem assim
Benjamim
É vida
na minha vida
É a ida
Nunca partida
Na minha vida
É a ida
De toda partida
Bem vinda
A tua ida
É vida partida
Tua chegada
Minha morada
(*Poema de 2 de novembro de 2019, manhã de sol em que, entre acordes de violão, Benjamim me imitava com seu instrumento já sem corda, sem melodia e sem afinação. No olhar, na companhia, ele fazia a melhor canção)