O crescimento de dez pontos percentuais, de 23% para 33%, num intervalo de apenas uma semana no levantamento do Ibope, pelo candidato do PSB a prefeito do Recife, João Campos, tem apenas uma lógica: se não houve nenhum fato novo na campanha, capaz de mexer com o humor da população, o fenômeno está associado, naturalmente, ao sucesso da sua propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Seu guia e suas inserções estão obtendo mais aceitação do que a dos adversários.
Sua equipe, portanto, está sendo competente, como está sendo elogiado o seu desempenho nas aparições na telinha mágica. Bombado pela propaganda eleitoral, João comprova, na prática, que a televisão ainda consegue ser mais milagrosa numa campanha eleitoral do que as redes sociais, que seriam ou são a coqueluche do momento, principalmente depois da eleição de Bolsonaro.
Em relação ao presidente Bolsonaro, entretanto, há de se fazer uma ressalva: seus marqueteiros e sua tropa de comunicação recorreram a robôs nas redes sociais como instrumento para desconstruir a imagem dos adversários, prática proibida e que resultou numa CPI instalada na Câmara dos Deputados. Rede social é importante, mas não é uma pílula dourada.
A TV, portanto, deu o plus na candidatura de João, enquanto a oposição patina. E patina porque, sem exceção, todos os candidatos exibem na telinha um guia fraco, sem emoção, sem ataques, sem denúncias contundentes. Nada açucarado presta, muito menos gestão de guia. Não é verdade, igualmente, que o eleitor gosta de debates em alto nível. Gosta de ver o circo pegar fogo. Frio, só língua de anjo.
O eleitor gosta, sobretudo, de ver um candidato desnudar o outro, apontar o dedo na ferida com verdades, aquela velha história de matar a cobra e mostrar o pau. Nem nisso os que estão do outro lado do balcão do candidato oficial são capazes de produzir. Resultado? Vão continuar estagnados na pesquisa, correndo o risco de João disparar e ganhar a eleição no primeiro turno.
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