O presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba, José Ricardo Porto, chamou de insensatez. Para polidez natural da magistratura, o termo é até acima do tom habitual. Por uma causa altaneira.
O alerta vem depois do alarme da Secretaria de Saúde do Estado. Casos de covid-19 voltam a subir na Paraíba. Não por coincidência, depois da campanha nas ruas e do consequente desleixo e máquina humana de propagação.
Mas, remova-se a diplomacia nata do desembargador e acrescente-se no lugar um substantivo pragmaticamente mais apropriado: chafurdo.
O que certos candidatos estão fazendo na Paraíba é indecente, desleal e até desumano.
A despeito da lúcida e providencial proibição, com os votos emblemáticos dos desembargadores Joás de Brito e Zeca Porto, coligações burlam o acórdão, desviam-se da determinação tácita e praticam um duplo atentado; à Lei e a vida.
Atos disfarçados continuam aos montes.
Larga com pequeno grupo e daqui a pouco o movimento atropela as recomendações e o bom senso esperado de qualquer homem ou mulher pública que se digne a pedir um voto para governar um povo.
Administrar prescinde responsabilidade. Diga-me o que tu fazes na campanha que te direi quem serás na gestão pública.
Nem Justiça Eleitoral e nem Polícia são suficientes para impedir a balbúrdia que bota em risco saúde e vida das pessoas.
Somente o compromisso crítico do eleitor consciente, com sua denúncia, reprovação pública e exigência por respeito sanitário, é capaz de imunizar o vírus da insanidade eleitoral.
É o mínimo que se pode cobrar. Mas, tem muito candidato abaixo do mínimo. Uma doença cuja única vacina é o voto.