(Recife-PE) – Abandonado pelo prefeito Geraldo Júlio (PSB), o centro do Recife virou um cartão de visitas vergonhoso para os turistas. Em oito anos, aquela área histórica da cidade foi se deteriorando até virar um verdadeiro lixo, uma pocilga. Triste, deprimente, com prédios públicos mal cuidados, patrimônios seculares esquecidos, como o suntuoso prédio do Diário de Pernambuco, cuja redação foi frequentada por figuras ilustres, como o imortal Gilberto Freyre.
Também por ali passaram jornalistas que honraram ofício, implacáveis em defesa dos que não têm voz, como Aníbal Fernandes. De outra geração, Antônio Camelo, Gladstony Vieira Belo e Joezil Barros, além de gente vocacionada para o mundo jurídico, como o hoje ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça. Foi na Pracinha do velho DP que tombou morto o estudante Demócrito de Souza Filho depois de uma manifestação estudantil contra o golpe de Getúlio.
O prédio poderia virar o Museu da Imprensa de Pernambuco, mas o Governo do Estado nunca se interessou sequer em tombá-lo, apresentar um projeto, que seria o start do processo de revitalização da área. Transformado em Museu, o patrimônio da Pracinha do Diário poderia ser, num curto espaço de tempo, chamariz para atrair os turistas, visitas obrigatórias para estudantes em todos os níveis, do fundamental ao Superior. No lugar do triste abandono de hoje surgiria uma vitrine.
O que se observa, entretanto, em toda a extensão daquela área histórica é uma zona deprimente, que faz entristecer a todos que sonham com um Recife de luzes, uma cidade com uma agenda produtiva e atrativa para os que a visitam. Poderia se constituir crime inafiançável abandono de patrimônios públicos por gestores insensíveis, sem zelo com o que é do povo.
Diferente de Geraldo Júlio, o prefeito de Salvador, ACM Neto, o mais popular do País, investiu mais de R$ 300 milhões nas áreas tombadas da cidade. Ali, os “arcos”, como são chamados os casarões de Zé Diabo e seus vizinhos, foram completamente restaurados. São casarões localizados na Ladeira da Conceição. Têm esse nome porque ficam sob os arcos de sustentação da ladeira da Montanha, que está acima da Ladeira da Conceição.
Blog do Magno Martins