(Recife-PE) – O Ibope trouxe, ontem, numa parceria entre a TV-Globo e o Jornal do Commércio, a primeira pesquisa sobre a sucessão do prefeito Geraldo Júlio apontando o candidato do PSB, João Campos, empatado, tecnicamente, com o democrata Mendonça Filho. O socialista aparece, numericamente, à frente, com 23%, enquanto o candidato do DEM está com 19%, quatro pontos atrás, diferença dentro da margem de erro. Dentre todos os institutos credenciados, o Ibope foi o único a projetar João na frente.
Na pesquisa do Instituto Opinião, de Campina Grande, com exclusividade para este blog, Marília Arraes, do PT, está à frente, numericamente, com 19%. João vem em seguida com 14,5%, Mendonça tem 13,5% e Patrícia Domingos, do Podemos, se situa em 12,5%. Na do Ibope, a ordem foi invertida e a única coincidência é a delegada Patrícia em último, com 11%, enquanto Marília desponta com 14%. Tecnicamente, não é correto fazer analogias de pesquisas por institutos diferenciados, em razão do fator metodologia. Cada empresa usa uma técnica diferenciada.
Há um fato, entretanto, que chama atenção nos números do Ibope: tão logo postei a pesquisa do Opinião, há duas semanas, comentei que não havia espaço para um segundo turno entre candidatos com um mesmo perfil ideológico, no caso João e Marília. Um ou outro está fadado a ir ao segundo turno com um candidato de centro e este nome que se apresenta com mais densidade eleitoral é Mendonça Filho, que vai deixando a delegada para trás.
Afirmei que, pela primeira vez no Recife, haveria uma disputa de segundo turno no primeiro turno: de um lado, no segmento da esquerda, João contra Marília. De outro, brigando pelo eleitorado conservador, de centro direita, Mendonça e Patrícia. O Ibope ratifica essa leitura que antecipei aqui e que deve prevalecer na campanha que está só começando e que tende a pegar fogo a partir do dia 9, quando será iniciada a propaganda eleitoral no Rádio e na TV.
Recife caminha, portanto, para um pleito com grandes emoções, reeditando as grandes disputas do passado, o que é muito bom para o debate, fortalece a democracia e exige mais do eleitor, que passa a ter uma grande responsabilidade na hora de decidir o que será melhor para o futuro de uma cidade que já foi líder no Nordeste e hoje perde status político e econômico para Salvador e Fortaleza, dois grandes centros urbanos do Nordeste.
Blog do Magno Martins