(Recife-PE) – Faltando menos de dois meses para as eleições de 15 de novembro é possível se constatar situações extremamente confortáveis para quem está no jogo bruto da política. Na Região Metropolitana do Recife, o prefeito de Jaboatão, Anderson Ferreira (PL), é um desses casos que já pode encomendar a beca da posse. Está sem adversários, voando em céu de brigadeiro.
Caruaru, no Agreste, depois dos grupos José Queiroz (PDT) e Tony Gel (MDB) virarem castelos de areia, com a desistência de ambos, que já governaram o município, a prefeita Raquel Lyra (PSDB) só não se reelege no primeiro turno se vier a ser atropelada por um fato que tenha relevância e seja assimilado como ojeriza pelo seu eleitorado cativo e exigente. Ficou igualmente extremamente bem posicionada, sem concorrentes.
Outro que pode encomendar também a roupa da posse é o prefeito Miguel Coelho (MDB), de Petrolina. Deve sair das urnas, aliás, como o mais votado no Estado. Seu principal adversário, o ex-prefeito Odacy Amorim (PT), deixou de há muito representar qualquer ameaça que atropele a reeleição do emedebista. O ex-prefeito Júlio Lossio (PSD), que representa o maior grupo de oposição, jogou o filho Julinho (PSD) na fogueira, depois de ver Lucas Ramos, seu candidato preferido, jogar a toalha, fritado pelo PSB e o Palácio.
Entrando para o Interior, em municípios acima de 40 mil habitantes, Afogados da Ingazeira, minha terra, também não tem eleição. Ali, quem poderia ir para o enfrentamento com Alessandro Palmeira (PSB), candidato apoiado pelo prefeito José Patriota, era o ex-prefeito Totonho Valadares (MDB), que acabou se compondo com o prefeito. Indicou um filho para vice. Só restou a candidatura do vereador Zé Negão, do Podemos, que não é nem nunca será páreo para a estrutura de Patriota.
Também no Pajeú, Itapetim, o berço imortal da poesia, se insere nesse universo sem disputa. O prefeito Adelmo Moura (PSB) vai ser reeleito pela quarta vez sem nenhuma ameaça. Tudo porque tem aprovação recorde não apenas da gestão atual, mas também das duas anteriores. É um dos melhores quadros técnicos e de gestão da atualidade. Ainda no Pajeú, em Carnaíba o prefeito Anchieta Patriota, também no terceiro mandato, é daqueles que nem precisam fazer campanha. Se ficar em casa, ainda assim será reeleito. Não tem adversário.
Há, também, casos inusitados, como dos municípios de Jupi, Alagoinha e Terezinha, no Agreste, cujos prefeitos vão à reeleição como candidatos únicos, sem adversários na oposição. Em Jupi, o prefeito Marcos Patriota, do DEM, não tem adversário nem na eleição proporcional. Ali, todas as nove cadeiras da Câmara são ocupadas por correligionários e os dezoito postulantes a vereador são aliados do prefeito. Um cenário dos sonhos para qualquer gestor.
Marcos Patriota avalia que a inexistência de opositores é fruto de boa gestão. “Nós trabalhamos em prol do povo e temos o reconhecimento até da oposição, que retirou a candidatura para que o trabalho que está sendo feito continue por mais quatro anos”, disse. Para quem não gosta da rinha política, Jupi deve deixar muitos políticos com uma pitadinha de inveja saudável.
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