(Recife-PE) – As convenções partidárias destinadas a homologar os candidatos às eleições municipais deste ano começam hoje e o bloco de oposição no Recife continua no mesmo lugar, na estaca zero, tão dividido quanto no início do processo pré-eleitoral, em março. E a unidade, tão decantada pelos representantes das sete legendas em verso e prosa, se faz conto da carochinha.
Mendonça Filho, do DEM, é o mais preparado de todos. Foi bom governador, brilhou em todos os cargos que ocupou desde a Secretaria de Agricultura no Governo Joaquim Francisco, ainda garoto imberbe, ao Ministério da Educação. Saiu, aliás, da Esplanada, como o ministro melhor avaliado do Governo Temer. E quando assumiu não tinha a menor noção da complexidade da pasta, transformando-a na vitrine da era Michel Temer.
No Governo do Estado, ao suceder Jarbas Vasconcelos, teve também desempenho exitoso e no Congresso foi um dos líderes partidários mais atuantes, chegando a figurar em todas as listas do Diap entre os 100 mais influentes do parlamento. Mas a política é um campo muito arestoso, alimentado pela vaidade e o olho grande, o que, provavelmente, tenha impedido a unidade em torno de Mendonça.
Daniel Coelho é um político de valor, inteligente e atuante no Congresso, mas nunca foi testado no executivo, diferentemente de Mendonça. Políticos com visão à frente, sem olho grande como Armando Monteiro, já enxergaram que é hora de dar oportunidade a Mendonça. Armando saiu na frente na defesa da tese de que o bloco fechasse questão em torno do democrata, mas sua voz parece ter sido pregada no deserto do Saara.
Postura aguerrida e de homem público visionário era esperada, também, por parte do presidente do PSL, Luciano Bivar, que tomou para si a pior decisão: além do muro, entrar no jogo com um candidato com a pecha de laranja. Muito ruim para a trajetória de um político de projeção nacional como ele, igualmente bem sucedido na atividade empresarial.
Ainda tem tempo de se construir a unidade. O prazo das convenções se estende até o próximo dia 16. O que falta, porém, é lastro de espírito público em muita gente que insiste em não enxergar que essa desunião só favorece o PSB, partido em Pernambuco e no Recife que, como o PT, está condenado ao fracasso porque hoje se confunde com o que há de pior na vida pública: a corrupção.
Blog do Magno