Quem joga baralho sabe. Quem tem um coringa, tem quase tudo. É a aquela carta que pode substituir qualquer outra no jogo. Um diferencial estratégico.
Diego Tavares, ex-secretário e empresário, era essa figura na gestão e na política do grupo do prefeito Luciano Cartaxo.
Na gestão, foi de tudo e deu conta do recado, admita-se.
Foi da Secretaria de Trabalho e Emprego à imprescindível pasta do Desenvolvimento Social. Da necessária Secretaria de Comunicação, passando pela aglutinadora Articulação Política até o complexo Instituto de Previdência Municipal.
Em todas as passagens, deixou saldo positivo e até desarmou bombas de alto potencial destrutivo, como no IPM.
Na política, conquistou espaço diferenciado no grupo. Pela bagagem pessoal, era figura vista para fora como a peça autorizada com quem podia se dialogar sobre grandes acordos e alianças.
Não por acaso teve papel destacado na reeleição em 2016 e recebeu de Luciano a tarefa de coordenar a campanha de Lucélio Cartaxo ao governo, em 2018. No que lhe cabia, fez o máximo – duas vezes – na árdua tarefa de ampliar o leque de composição.
Pelo conjunto da obra, era o nome natural soprado pelo universo político para a sucessão de Luciano, de quem recebeu e cumpriu tarefas administrativas e políticas.
Não foi.
E não sendo, da forma como não foi, se sentiu à vontade para se despedir e seguir outros caminhos. Caminhos que se encontraram com o PP de Daniella Ribeiro, senadora do qual é suplente, e com Cícero Lucena, de quem seu pai – Reginaldo Tavares – foi vice-prefeito.
A mesa de Luciano e o PV perdem um ‘coringa’ e o PP e a campanha de Cícero ganham uma carta eclética.