Quando foi lançado no páreo eleitoral, o jovem médico Jarques Lúcio precisou vencer um desafio antes mesmo de vencer nas urnas; superar a intensa polarização política entre os Souza, grupo liderado pelo deputado Galego Souza, e Márcio Roberto, ex-prefeito e ex-deputado estadual.
Com sua inserção na renhida política são bentense, os polos se reagruparam e novas alianças foram estabelecidas até a vitória apertadíssima do hoje prefeito.
O resultado da pesquisa RedeMais/Instituto Opinião, divulgada pelo Portal MaisPB e programa Hora H, traz um dado incontestável: os últimos quatro anos do modelo da gestão atual consolidaram o que nascera antes de 2016, uma nova força política no município.
Nessa fase de retal final de pré-campanha, os números revelados colocam Jarques Lúcio numa posição de dianteira considerável, a julgar o tradicional clima de acirramento político na “capital das redes”.
Ele tanto bate em Gemilton Souza, ex-prefeito com quem disputou a eleição passada, quanto tem margem de vantagem semelhante em cima do deputado Galego Souza, força política respeitada na cidade. E isso depois de seus candidatos – no confronto com os apoiados pelos adversários – perderem na eleição de 2018 nos colégios eleitorais locais.
Na espontânea, o prefeito larga com 44,5%, contra 15,3% de Galego e 4,5% de Gemilton. Nos confrontos diretos simulados pelo Opinião, vence os dois com 15 pontos de maioria. Um desempenho considerável para quem ganhou o pleito passado com apenas 47 votos a mais.
O retrato atual indiscutivelmente coloca o prefeito em posição de vantagem na largada. Em algum momento da campanha oficializada o histórico recomenda que se preveja a possibilidade de um presumido e natural afunilamento, mas dois dados em especial precisam ser observados.
Jarques tem a menor rejeição, 14,8%, contra 21,5% de Galego Souza e 28% de Mazinho Mota. A administração recebe 72,8% de aprovação. Os dados revelam conforto, mas nem de longe podem seduzir o primeiro colocado ao perigoso “já ganhou”.
A favor de Jarques, esses dois diferenciais relevantes e que têm peso no resultado final: baixa rejeição e alta aprovação do governo. Uma equação a ser enfrentada pela oposição, que, antes de tudo, precisa definir se vai de Galego ou de Gemilton para o embate.
Para quem saiu de 2016 com apenas 47 votos de maioria, Jarques Lúcio multiplicou seu patrimônio eleitoral. Os opositores terão força e estratégia para dividi-lo?