A multiplicação de Jarques em São Bento – Heron Cid
Opinião

A multiplicação de Jarques em São Bento

18 de agosto de 2020 às 09h31 Por Heron Cid
Vencedor com apenas 47 votos de maioria, Jarques Lúcio chega na fase da reeleição com liderança ampliada, quatro anos depois

Quando foi lançado no páreo eleitoral, o jovem médico Jarques Lúcio precisou vencer um desafio antes mesmo de vencer nas urnas; superar a intensa polarização política entre os Souza, grupo liderado pelo deputado Galego Souza, e Márcio Roberto, ex-prefeito e ex-deputado estadual.

Com sua inserção na renhida política são bentense, os polos se reagruparam e novas alianças foram estabelecidas até a vitória apertadíssima do hoje prefeito.

O resultado da pesquisa RedeMais/Instituto Opinião, divulgada pelo Portal MaisPB e programa Hora H, traz um dado incontestável: os últimos quatro anos do modelo da gestão atual consolidaram o que nascera antes de 2016, uma nova força política no município.

Nessa fase de retal final de pré-campanha, os números revelados colocam Jarques Lúcio numa posição de dianteira considerável, a julgar o tradicional clima de acirramento político na “capital das redes”.

Ele tanto bate em Gemilton Souza, ex-prefeito com quem disputou a eleição passada, quanto tem margem de vantagem semelhante em cima do deputado Galego Souza, força política respeitada na cidade. E isso depois de seus candidatos – no confronto com os apoiados pelos adversários – perderem na eleição de 2018 nos colégios eleitorais locais.

Na espontânea, o prefeito larga com 44,5%, contra 15,3% de Galego e 4,5% de Gemilton. Nos confrontos diretos simulados pelo Opinião, vence os dois com 15 pontos de maioria. Um desempenho considerável para quem ganhou o pleito passado com apenas 47 votos a mais.

O retrato atual indiscutivelmente coloca o prefeito em posição de vantagem na largada. Em algum momento da campanha oficializada o histórico recomenda que se preveja a possibilidade de um presumido e natural afunilamento, mas dois dados em especial precisam ser observados.

Jarques tem a menor rejeição, 14,8%, contra 21,5% de Galego Souza e 28% de Mazinho Mota. A administração recebe 72,8% de aprovação. Os dados revelam conforto, mas nem de longe podem seduzir o primeiro colocado ao perigoso “já ganhou”.

A favor de Jarques, esses dois diferenciais relevantes e que têm peso no resultado final: baixa rejeição e alta aprovação do governo. Uma equação a ser enfrentada pela oposição, que, antes de tudo, precisa definir se vai de Galego ou de Gemilton para o embate.

Para quem saiu de 2016 com apenas 47 votos de maioria, Jarques Lúcio multiplicou seu patrimônio eleitoral. Os opositores terão força e estratégia para dividi-lo?

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