Com o tornozelo livre e livre também do natural constrangimento de andar com o pouco apresentável adorno no calcanhar, o ex-governador Ricardo Coutinho pode dar agora o próximo passo (sem trocadilhos).
Candidatíssimo, Coutinho tem uma mira automática: a costura da composição com o PT na vaga de vice do PSB na disputa pela prefeitura da capital paraibana.
Como os petistas paraibanos já estão fechados e unidos em torno da candidatura de Anísio maia, o caminho de Ricardo é de cima para baixo: tentar forçar a aliança pelo seu prestígio com a cúpula nacional.
Pela relação de outras eras, o ex-governador buscará também o apoio do PCdoB e de outras legendas do centro esquerda.
Mais do que nunca, ele vai intensificar aquela narrativa de que é vítima do Ministério Público, seu algoz, e de uma grande orquestração.
Coutinho tem terreno para palmilhar numa campanha atípica, de aglomerações proibidas, e pulverizada de candidatos.
Características que lhe poupam de aparições públicas e beneficiam candidaturas que podem ir ao segundo turno, mesmo com desempenho entre 15 e 20 pontos.
Não será fácil, porque, convenhamos, Ricardo não vive seu melhor momento. Todavia, já não é mais o pior.