Antes mesmo de tomar posse e dela para cá o governador João Azevêdo convive com incêndios que exigem paciência, tirocínio e habilidade para livrar o Estado de icebergs capazes de colapsar (para usar o termo da moda) a gestão.
Navegante de águas agitadas, Azevêdo estreou no Palácio enfrentando uma crise de altas chamas, a Operação Calvário. Se fosse pouco, pegou uma pandemia no caminho, fenômeno sanitário que só se repete a cada século e desafio de uma geração.
Dois episódios desse nível de turbulência carregam peso para inviabilizar e afundar qualquer barco.
A pesquisa do Instituto Opinião, divulgada ontem no programa Hora H, na Rede Mais, e no Portal MaisPB, mostra que, a despeito das tempestades, João conseguiu segurar e conduzir o barco da Paraíba até margem segura.
No vendaval contínuo e atacado por três frentes, a oposição, o bolsonarismo e o ricardismo, Azevêdo alcança aprovação de 57,5% dos paraibanos. Em algumas regiões, como o Sertão, esse desempenho chega 65%.
A cartografia do Opinião registra balanços em dois pontos de navegação da nau azevedista.
Campina Grande é um rochedo a quebrar. Na cidade governada por adversários, a aprovação está na casa dos 46,3% contra 35,6% de desaprovação. Em João Pessoa, 52,2% de aval e 35,6% de rejeição.
Nas duas cidades, pesquisadas separadamente pelo Instituto Opinião, residem as mais duras críticas do setor econômico às medidas de isolamento social adotadas pelo governo. Um cenário de resistências que ajuda a explicar os números menos confortáveis.
E por que, apesar do quadro adverso, Azevêdo sobrevive com aprovação de razoável a positiva?
Politicamente, vem se sobressaindo às marés barulhentas. Na Assembleia, com ajuda de Adriano Galdino, presidente da Casa, venceu ataques localizados. Com lideranças políticas, mantém relação amistosa. Nem cede a tudo que se pede, nem maltrata. Com essa fórmula, consolida e acrescenta mais elementos à sua embarcação.
Na proa administrativa, conserva o equilíbrio fiscal, sem permitir caos ou instabilidade financeira, e, na quarentena, adotou aquelas medidas amargas típicas de chefe de família. No primeiro momento, todo mundo da casa chia. Depois, passada a indisposição inicial, prevalecem a razão e a compreensão de que na vida, para preservar o todo, sacrifícios são necessários.
Conforme atestam os dados da pesquisa, na cabeça do cidadão paraibano João tem se apresentado um piloto que oferece condução segura em meio às tempestades de incertezas. Passa no teste.