A criatividade dos jornalistas funerários (por Augusto Nunes) – Heron Cid
Bastidores

A criatividade dos jornalistas funerários (por Augusto Nunes)

25 de junho de 2020 às 17h08 Por Heron Cid

Para aflição dos editores do latifúndio de papel reservado ao coronavírus, não faltaram boas notícias neste 22 de junho, uma segunda. A queda do número de mortes em São Paulo, por exemplo, retirou a maior metrópole do país da lista de epicentros da pandemia. E os casos confirmados já estão abaixo do registrado no restante do Estado.

O Recife tornou-se a primeira capital em que a pandemia entrou na fase de desaceleração. No sábado, as praias foram reabertas para a prática de esportes individuais. Com a curva estabilizada, São Luiz autorizou o funcionamento de bares e restaurantes a partir da próxima segunda-feira.

A pandemia também estabilizou-se em outras cinco capitais: Rio de Janeiro, Belém, Manaus, Fortaleza e Boa Vista. Mas a mais forte candidata à manchete era uma informação de dimensões nacionais: 80% das cidades brasileiras não têm motivos para alarmar-se com o ritmo da pandemia. Quatro em cada cinco.

“É essa!”, certamente berrou uma sumidade do jornalismo funerário a serviço da Folha de S. Paulo. Que em seguida ditou a manchete desta terça-feira, reproduzida no título principal do caderno que torce pelo vírus chinês:

UMA EM CADA 5 CIDADES TEM AVANÇO ACELERADO DE CASOS

R7

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