Foi tudo bem combinado. Frederick Wassef, que escondeu Fabrício Queiroz durante um ano em sua casa de Atibaia, no interior de São Paulo, concordou em deixar de advogar para o presidente Jair Bolsonaro e seu filho, o senador Flávio.
Mas em troca, para não ficar tão mal, exigiu que Flávio divulgasse uma nota pública elogiando-o e lamentando seu afastamento. Trato feito. Ótimo para os Bolsonaro. Wassef apresentou-se um dia como “o verdadeiro homem-bomba”.
Por ora, isso assegura à família que Wassef matará no peito a acusação de que escondeu Queiroz, e que guardará silêncio sobre tudo o que viu, ouviu e gravou em conversas com os Bolsonaro. O silêncio de Wassef é um bem precioso.
O que ele dirá mais tarde se for cobrado pela Justiça ou se não resistir ao assédio da imprensa para que revele a pedido de quem escondeu Queiroz… Só resta aos Bolsonaro acreditar na palavra de Wassef de que não criará problemas para eles.
Bastam os problemas que enfrentam e que são cada vez maiores. Eles ainda têm a esperança de que o Tribunal de Justiça do Rio julgue nesta semana ação que poderá libertar Queiroz. Essa parecia ser a tendência do tribunal, mas…
Deu em nada a visita de três ministros do governo, entre eles o da Justiça, ao ministro Alexandre de Moraes, em São Paulo, de onde ele comanda o inquérito do Supremo Tribunal que apura o financiamento de fake news e de atos hostis à democracia.
A maioria dos ministros do Supremo já não confia mais em Bolsonaro. Ele já os enganou muitas vezes com falsas promessas de apaziguamento nas relações entre os Poderes. Doravante, relações apenas protocolares com o presidente.
Melhor assim, tanto mais porque decisões a serem tomadas em breve pelo tribunal só causarão desgosto a Bolsonaro e aos seus filhos.
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