Por enquanto o maior problema para o presidente Jair Bolsonaro relacionado à prisão de Fabrício Queiroz não é nem a perspectiva de que ele venha a “entregar” Flávio Bolsonaro nos depoimentos ao Ministério Público ou a partir de um possível acordo de delação premiada.
No momento o grave mesmo é a série de indícios de envolvimento de Bolsonaro e família evidenciado pelos esforços para esconder Queiroz. Não fosse isso talvez os Bolsonaros pudessem ainda simular distanciamento do personagem.
O mais complicado para o presidente é o fato de Queiroz ter sido encontrado num sítio de propriedade de Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro e do filho Flávio, que em entrevista no ano passado à jornalista Andreia Sadi havia dito que desconhecia o paradeiro de Fabrício Queiroz. Isso, quando ele já se encontrava na casa de campo de Wassef em Atibaia (SP).
Queiroz não tinha mandado de prisão contra ele. Então, por que escondê-lo? Se o advogado alegar que não o estava escondendo, mas apenas o hospedando, terá dificuldade para explicar a razão de dizer que não sabia onde ele estava.
Pesam ainda no prato da balança em desfavor dos Bolsonaros os elogios recentes de Flávio a Queiroz, para ele um funcionário exemplar, e a denúncia do empresário Paulo Marinho sobre o vazamento à família do presidente da operação policial a ser deflagrada no âmbito do caso da prática de “rachadinha” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Na ocasião (outubro de 2018), Queiroz foi demitido sem justificativa convincente e, desde então, tomou chá de sumiço sem que o presidente nem seus filhos vissem nada de esquisito nisso.
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