De direita ou de esquerda, o extremismo político é burro. Com todo o respeito ao simpático animal que carregou Jesus na triunfal entrada em Jerusalém.
É a ausência completa de senso, de razão. É a vitória do grito, da histeria, da anarquia sobre o raciocínio e a civilidade.
Essa é uma patologia com largo e surpreendente potencial de contaminação.
Não atinge apenas ignorantes, do ponto de vista das letras e do acesso à educação formal. É vírus que pega na veia de gente pós-graduada, elitizada e – teoricamente – culta.
Não é de hoje, é verdade. Mas somos tentados, pelo calor do momento, a pensar e achar que vem se agravando.
Chocante testemunhar que, para criticar a postura insensível do presidente diante da devastação do coronavírus, um humorista (!?) chamado Whindersson Nunes, dispara um: “Morre, Satanás”!
Qual graça?
É surreal assistir uma advogada se despir do argumento político e jurídico e defender publicamente o estupro de filhas de ministros do Supremo Tribunal Federal.
Aberração inominável partindo de uma operadora do Direito, uma pessoa presumidamente versada nas leis e no humanismo.
Uma prova viva de que faculdade não garante sabedoria e diploma não confere caráter.
Ela, porém, é apenas um de muitos exemplos dos letrados arrotadores de falsa intelectualidade que perderam o prumo e debandaram para o abismo da relativização.
Se o grotesco servir para combater o alvo perseguido, ou odiado, tá valendo. Nenhum incômodo intelectual, zero constrangimento moral. Nada de remorso religioso.
O extremismo vem contaminando o Brasil em larga escala e ele é doença tão perigosa quanto o coronavírus. Porque é visível, de alta proliferação e capaz de paralisar o cérebro do doente. E o mais grave; todo paciente se sente assintomático.