Liberdade de expressão é uma coisa. Não é passaporte para ofensas, injúria e ameaças. Discordância é democrático. Incitação contra a ordem e a vida é crime mesmo. Tipificado em Lei.
Quando o limite vai sendo rompido, como os tempos vividos de hoje em dia, extremidades costumam se confundir, misturar e se nivelar no raso.
O que alguns radicais têm feito a pretexto de protestar passa muito longe de democracia e direito. Pelo contrário, afronta exatamente esses princípios.
Sara Winter (nome artístico cuja tradução é inverno) é um exemplar genérico disso.
Sentido-se estimulada pela sanha radicalizada e autoritária de uma minoria, ela achou que poderia fazer e acontecer, intimidar e ameaçar autoridades à luz do dia e sem nenhum tipo de freio.
Como se a anarquia houvesse sido adotada no Brasil como parâmetro de relações institucionais e legais.
O direito a pensar diferente não dá o direito – pra ser redundante – de ultrapassar deveres. E um dos deveres de qualquer cidadão é respeitar as leis e se curvar diante delas.
O contrário disso já há muito foi superado. A barbárie deu lugar à civilização e seus marcos de convivência humana e jurídica.
Há uma enorme diferença entre discordar de um julgamento de um ministro, de fazer uma crítica política a um presidente da República, de xingar, intimidar, atirar fogos e prometer “infernizar a vida” de qualquer uma autoridade ou pessoa “normal”.
Sara Winter, ou Sara Inverno, plantou vento. A colheita da tempestade começou. Para ela e para todos que ingênua ou premeditadamente acham que podem andar na chuva de contravenções.