Os mais ávidos querem uma retomada pra já. Os mais receosos preveem o caos com os riscos da reabertura total. Os mais práticos esperam que tudo volte, mas com segurança.
O plano anunciado na noite desta sexta-feira pelo governador João Azevêdo optou por um sistema de embreagem; para cada fase do motor, uma marcha proporcional.
Do vermelho, que é o estágio atual, para as faixas laranja, amarela e verde. Como no câmbio do automóvel, uma etapa para outra obedece os protocolos, os dados e o controle da doença.
Qualquer um sabe que numa passagem tosca da primeira para a quinta, o motorista pode danificar o carro ou até interromper a viagem com uma tragédia na estrada.
Para começar, o Estado liberou alguns serviços (atividades de cuidados pessoais), com agendamento, o transporte municipal e intermunicipal, e a realização e celebrações religiosas, com 30% da capacidade nos templos, retomou a construção civil, manteve delivery para restaurante e drive thru nos shoppings. Escolas, comércio não essencial e hotéis (com exceção para profissionais da saúde) continuam fechados.
Essa é a largada de quatro fases programadas para reavaliação a cada 15 dias, tendo 27 de julho como a estação de chegada. Um sistema que não deixa o carro estancar e nem extrapolar seu potencial de aceleração.
Como manda o manual da responsabilidade e prudência para o momento de alerta, João está guiando os municípios em GPS por uma travessia cautelosa e uma estrada relativamente segura.
A esta altura da corrida contra o vírus, qualquer manobra brusca seria um cavalo de pau em alta velocidade. Dentro de um carro com quase quatro milhões de vidas.