Esses meus 36 anos de vida já foram suficientes para uma conclusão que carregarei para o resto dela: os filhos dão sentido à essa “aventura humana na terra”. Na descendência, o único tesouro nessa breve passagem por aqui.
O aniversário hoje de Cleiperon – filho amado que chega aos 11 anos – me lembra dessa verdade divina.
Companheiro de sorrisos, é também aquele que percebe rápido quando algo não está bem com o pai. E não disfarça a preocupação e o cuidado.
É um amigão, com nata capacidade de liderar e de agregar. Faz isso com os irmãos. Cuida, protege e ama.
Igualmente, tem coração derretido. Comove-se e emociona-se com quase tudo.
Quando me dá a alegria de estar comigo, é meu infalível despertador. Inventa uma desculpa e invade o quarto para me chamar e acordar logo cedo.
E ele nem diz, mas sei. Os seus olhos falam. É a forma de não perder um minuto e aproveitar cada segundo junto de uma presença física nem sempre constante.
Criado sem desfrutar dessa companhia, o compreendo intimamente.
Como também sei que por onde andar, sempre levarei comigo essa gargalhada solta e essa mão que sempre agarra e aperta a minha quando estamos perto.
Pela chamada de vídeo nessa quarentena, não consegui expressar meu amor e saudade. Nem aqui também nessa vã incursão pelas palavras.
Na verdade, nunca saberei dizer o tanto, o quanto. Assim como vejo em você, filho meu, veja no meus olhos dentro dos teus o que nunca e nem jamais conseguirá ser dito.
Esse nosso olhar fala muito melhor por nós dois!