'Sim' à cidadania, 'nego' ao arbítrio – Heron Cid
Bastidores

‘Sim’ à cidadania, ‘nego’ ao arbítrio

4 de junho de 2020 às 12h36 Por Heron Cid
Da Paraíba, um pacto pela cidadania plena, democracia e liberdade de expressão

Em momentos emblemáticos da história brasileira, a voz da Paraíba nunca emudeceu. Pelo contrário, sobram exemplos de altivez e levantes contra arbitrariedades.

Pequena no tamanho geográfico, a Paraíba sempre soube se agigantar quando o Brasil precisou de sua palavra e força.

Hoje, 16 entidades, incluindo a preponderante presença da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, pactuaram em nome da democracia, cidadania plena e liberdade de expressão.

Ressaltado aqui o papel da Associação de Mídia Digital e do jornalista Walter Santos, timoneiro da articulação corajosa, desprendida e convincente junto a expressivos setores sociais.

Um pacto num momento delicado e instável desde nossa redemocratização, em que pessoas, instituições e vozes precisam se levantar, mais uma vez, para reafirmar o compromisso com o estado de Direito.

Quando deveríamos estar mesmo concentrados e unidos para enfrentarmos, como povo e nação organizada, a cruel e violenta pandemia, infeliz e tragicamente precisamos gastar tempo e português para discutir e defender o óbvio.

Óbvio já nem tão óbvio assim para alguns, contaminados por o vírus do autoritarismo. Um óbvio que tem sido alvo de chantagem, barganha, intimidação e condicionantes, como se a democracia fosse um pêndulo oscilante, escolha de ocasião, da conveniência ou do querer de alguns em detrimento de valores sagrados, soberanos e inalienáveis.

A cidadania plena, sacramentada na nossa Constituição, carrega consigo a plenitude do exerício democrático e a liberdade de expressão. Nenhum desses pilares são concessão, nem passíveis de ser negociados, trocados. São patrimônio e bens inegociáveis.

Não é escolha de governo, de presidentes de ocasião ou de apoiadores, nem muito menos de épocas. É uma convicção reguladora, um marco civilizatório do qual a sociedade brasileira, em sua expressiva maioria, se ampara.

A gente paraibana, que nunca se negou nas horas turvas desse país, deu novo grito e demarcou território. O brado em assinaturas digitais e com direito a live, da qual o autor deste Blog participou ao lado do presidente da OAB, Paulo Maia, para dizer que estamos de espinha ereta e perfilados no escudo de um princípio atemporal.

Definitivamente, muito maior e mais elevado do que governos, pessoas e partidos, transitórios em sua natureza. A democracia é meio e fim. Em qualquer tempo.

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